O Real Madrid viveu mais uma noite frustrante na LaLiga. A equipe merengue voltou a empatar — pela terceira rodada consecutiva — e entregou de bandeja a liderança ao rival Barcelona. O jogo contra o Girona era, teoricamente, a oportunidade para reagir, mas acabou se transformando em mais um capítulo de um problema que já não pode ser ignorado: o Real está repetindo padrões perigosos.

Vinicius Jr. força, provoca, cria — mas não resolve sozinho
Vinicius Jr. foi, novamente, o jogador mais inquieto da partida. Chamou o jogo, pediu bola, tentou romper a defesa do Girona no drible, no corpo, na velocidade — e até desequilibrou em algumas jogadas. Mas ficou claro algo que vem se repetindo nas últimas semanas: Vini cria, mas o coletivo não acompanha. Ele até participou da jogada que resultou no pênalti do Real. Porém, talento individual não resolve quando o time inteiro trava no último terço do campo.

Mbappé: o único que trouxe alguma esperança
Kylian Mbappé, que viveu uma partida discreta por longos minutos, acabou sendo irônico protagonista:
foi ele quem evitou a derrota, convertendo o pênalti e garantindo o 1 a 1.
Mas, ao mesmo tempo, o lance escancara um problema maior:
O Real Madrid está dependendo de jogadas isoladas — ou de erros do adversário — para marcar. Mbappé salvou o resultado, mas não salvou o desempenho. O Real continua longe de demonstrar o futebol dominante que se espera de uma equipe que quer ser campeã.
Três jogos, três empates, três atuações iguais:
- Muita posse de bola.
- Pouco perigo real.
- Meio-campo lento, previsível e sem criatividade.
- Defesa vulnerável quando pressionada.
O Real Madrid até controla o jogo, mas não controla o placar.
E, no futebol, isso é fatal. A sensação é que o time até sabe o que quer fazer — mas não sabe como fazer.
Barcelona agradece e… rouba a liderança

Enquanto o Real Madrid se atrapalha, o Barcelona faz exatamente o oposto: vence.
Seja jogando bem, mal, com sorte ou com raça — vence. E, como em todo clássico de rivalidade eterna, os catalães aproveitaram o tropeço merengue e assumiram a liderança da LaLiga. Não foi “por acaso”. Foi consequência direta da queda de rendimento do Real.
Para a torcida, dói.
Para o vestiário, deve servir de alerta.
Para Ancelotti, é um pedido silencioso de mudança.
O que o Real precisa ajustar — urgente
- Criatividade no meio-campo: o time está previsível. É fácil para qualquer adversário fechar Vini e cortar linhas.
- Finalização: o Real finaliza muito… mas finaliza mal.
- Estabilidade defensiva: pequenos erros têm virado grandes problemas.
- Confiança: três tropeços seguidos abalam qualquer equipe — e isso está visível na postura em campo.
O Real Madrid tem talento suficiente para ser líder. Tem elenco, tem nome, tem história.
Mas neste momento falta atitude coletiva, não brilho individual. Vinicius Jr. e Mbappé estão carregando a equipe da forma que podem — mas o Real Madrid não pode sobreviver de lampejos.
A liderança escapou não por azar, mas por repetição dos mesmos erros. Se o time não reajustar o rumo agora, o Barcelona vai transformar este “roubo de liderança” em tomada definitiva de comando.
